Lídia Martins*
segunda-feira, 25 de julho de 2011
"Foi então que o vento começou a soprar. Compreendi que viver é isto. Uma canoa que a vida nos empresta e só vale o quanto temos disposição para remar. Tenho medo que a minha termine num gemido afogado, por ter batido em uma rocha atormentada por lembranças que ela decidiu petrificar. Mas preferi acreditar que o temporal passaria largo e ao invés de se despedaçar eu a encontraria reluzente sobre as águas. Às vezes eu fico de pé dentro dela, gosto de olhar a travessia. Gosto de forçar o remo e sentir como é bonita a maneira como ela deixa tudo para trás. Olho para as margens e vejo o sol mergulhar no horizonte. Vejo as flores, os bosques, os prados, os jardins, as florestas e seus bichos correndo para os montes. Quero um mundo com o qual eu possa me emocionar. Quero ter a soberania de uma borboleta almirante e cessar fogo no entrecortar de minhas asas. Quero uma paisagem pela qual valha a pena lutar."
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"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"
ResponderExcluir(Mário Quintana)
ps.: és uma exímia desvendadora de mistérios, rsrs. Acho que enxergas com o coração, aí fica fácil.