Você não é nova aqui. Nunca foi. Você é mais do mesmo. Teu signo. Tuas reticências. O jeito que escreve. Você é meu padrão; minha história gasta. É a mesma casa velha de outrora que ouso decorar com teu nome; com tua cor. Mas que canta outras músicas, que prova outros pratos. E já que não consigo te matar, mantenho-te viva, pois você é a lição que ainda não aprendi. O erro que ainda não superei. É o livro de páginas repetidas em que encontro minha feiúra e minha verdade. Em que vomito meu azedume e banco o mocinho; que adoça a vida alheia. E o enredo que é teu, fala de mim. Do outro fruto que colhi, tens o mesmo gosto. Chamo pelo novo e é o velho que ecoa. Reconstruo o passado que se faz presente. E não consigo achar um final para você. Para nós dois. Você é a mesma que inevitavelmente me persegue e me encontra, já que andamos em círculo. Por saber meu endereço. Por saber em que canto de mim guardo meus segredos. E você vem sempre do mesmo jeito, mesmo que de outras formas, pra me lembrar que não estou aqui para reclamar, mas para transcender.
(Guilherme C. Antunes)
Passando para deixar um cordial abraço, além, é claro, de ler o que de perfumou em palavras.
ResponderExcluirps.: Cristina, adorável foto nova no perfil.
Ah, obrigada Will por suas visitas. Eu adoro seu passeios por aqui :)
ResponderExcluirObrigada pelo elogio!