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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dicionário do amor

Amor: s. f. e m.
1. As borboletas que voam no jardim do meu estômago.
2. O sentimento que sinto quando você se aproxima.
3. O sentimento que sinto mesmo quando está longe.

Batom: s. f.
A roupa que meu sorriso veste para encontrar o seu.

Carinho: s. f. e m.

As gérberas que deixou em minha janela antes de sair para o trabalho.

Delicadeza: s. f. e m.

O poder que seus olhos têm em desvendar os meus.

E-mails. f. e m.

O que a gente troca quando não dá para nos falarmos ou vermos.

Felicidade: s. f. e m.

Nossos pés na areia, em dias de verão.

Gostar: v. t. e i.

Tomar sorvete de abacaxi, só porque o outro gosta.

H: s. m. (oitava letra do alfabeto da língua portuguesa)

A primeira letra do seu último nome.

Incondicional: adj.

1. O que não precisamos dizer.
2. O que sentimos mesmo em dias frios por dentro.

Juramento: s. f. e m.

O que quem ama não precisa fazer.

Kamikaze: s. m.

A tempestade que você provoca em mim.

Lar: s. f. e m.

"Home is wherever I'm with you." (lar é onde estou com você)

Meia: s. f. e m.

A minha colorida, a sua branca.

Nostalgia: s. f. e m.

Domingo chovendo barulho de amor.

Otimismo: s. f. e m.

1. O que você tem de sobra.
2. O que me falta.

Paz: s. f. e m.

O seu abraço abrigo em momentos difíceis.
Queijo: s. m.

O que comemos enquanto tomamos vinho.

Respeito: s. f. e m.

O que temos um pelo outro.

Segurança: s. f. e m.

1. Seus dedos entrelaçados aos meus.
2. Seus pés abraçados aos meus.
3. Sua vida misturada a minha.

Tranquilidade: s. m.

O que você me passa.

Unanimidade: s. f. e m.

Nossa decisão pelo amor.

Vitória: s. f. e m.

O que a gente deseja, um para o outro.

W: s. m. (a última letra minúscula do alfabeto grego)

A penúltima letra do seu seu segundo nome.

Xadrez: s. m.

O jogo do qual você gosta.

Y: s. m. (vigésima letra do alfabeto grego)

O detalhe em meu nome que você gosta e eu não.

Z: s. m. (vigésima terceira letra do alfabeto português)

Letra que não significa nada para nós (ainda)

(Noemyr Gonçalves) daqui

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A pergunta que não cala...


O terror de todo solteiro: ir a festas de família. Alguém aí já percebeu a quantidade de pessoas que se interessam pelo seu estado civil nessas festas? A vontade é sempre responder: não te interessa! Por que estar solteira é algo tão ruim assim? A idade vai passando e as pessoas comentam: essa aí vai ficar pra titia. E daí? Meu único sonho é poder escolher meus sobrinhos caso isso aconteça, aí eu descarto de vez quem falou isso.
Não tem nada de mais em não ter alguém para compartilhar a pipoca no cinema, a coberta, o espaço para a escova de dentes e por aí vai. As pessoas sofrem cada vez mais por essa cobrança. Às vezes nem querem arrumar um par, mas porque as pessoas cobram, sentem-se na obrigação de fazer isso. E claro, acabam saindo com o primeiro idiota que aparece (que talvez nem seja tão idiota assim, só não serve pra gente). Quem sofre depois? O coração! E lá vamos nós maldizer o amor.
O engraçado é que só as solteiras se preocupam com essa pergunta. Os que estão vivendo um relacionamento, pouco se importam, respondem com a maior felicidade: estou namorando. E aí começam a falar de coisas que ninguém quer saber. Coisas que não mudam suas vidas em nada. Coisas desnecessárias. Minto, são necessárias para aumentar a fofoca. Não perguntam nunca o que o deixa feliz, o que o motiva, o que você realmente quer para a vida. Exupéry se enganou quando disse que as pessoas grandes só se interessam por números e dinheiro. Bom, pelo menos na primeira parte... Na verdade as pessoas grandes se interessam pelo seu estado civil. Se for um cara bonito, nem é tão grave assim, mas se for sua tia bastarda, a vontade é mandá-la para a lua.
Está namorando? Ótimo! Está solteira? Ótimo também! Os dois lados são ótimos e com exclamação no fim. O mal do mundo é pensar que a felicidade depende de coisas e pessoas. A felicidade depende de nós. Aliás, somos nós. Saia, se enfeite, cante, dance, brinque, beba. O importante sempre será ser e se aceitar. Dançar a música que a vida colocar na vitrola...
Nós não precisamos sempre do amor, precisamos dele certo. As pessoas falam mal do amor, porque amam errado. Acham que é amor, mas no fundo, o coração, a alma e o corpo sabem que não é, e por isso o sofrimento acaba vindo e nos deixando descrentes. O amor sempre será lindo quando acontecer na hora certa. Cabe a nós identificarmos que hora é essa. Claro que o príncipe encantado não existe. E muito menos a metade da laranja. Pra quem não percebeu somos nós quem decidimos quantas partes têm uma laranja. Somos nós que escolhemos se terá uma metade ou vários pedaços que a formam. O amor, assim como prestações de eletrodomésticos, costuma vir parcelado. Uma descoberta por vez. Defeitos? Temos vários. Se olharmos em volta, veremos que as pessoas que mais amamos são cheias de defeitos e nem por isso deixamos de amá-las! Amar alguém é saber amar tudo na pessoa. As qualidades e os defeitos. O bom e o mal. O simples e o complexo. A alegria e a tristeza. A saúde e a doença. Amar o pouco que a gente descobre sobre a pessoa a cada dia.
Todos nós merecemos um amor, mas quando e se quisermos. Se é impossível ser feliz sozinho? Claro que é. Mas a solidão é relativa. Você sempre terá mãe, pai, irmão, irmã, amigos, colegas, etc. O único amor obrigatório é o amor próprio. Daí é só um passo para ser feliz e compreender todo o resto. Dos males, o menor: você vira tia e acaba fazendo o mesmo com a sua sobrinha solteira: “E aí? Ta namorando?” Enquanto ela põe mais peru no prato e te fuzila com os olhos, respondendo de forma nervosa, porém simpática: “Ainda não tia, ainda não!”
(Noemyr Gonçalves)

sábado, 9 de julho de 2011

Sou pé no chão, mas não me impeço de sonhar, voar em busca dos meus sonhos. Disciplinada, não demonstro sentimentos.
Desistências? Claro, mesmo pessoas objetivas podem sim desistir, não é covardia. Há algum tempo desisti de um desafio literário. Muitos podem pensar que foi devido as críticas, outros poderiam pensar que foi simplesmente porque sou fraca e deixo as coisas inacabadas... Não, não é nada disso! Desisti porque fiquei com vontade! Quando quero fazer algo eu simplesmente faço. Não achava nada lógico levar em consideração o que outras pessoas pensavam a respeito do que eu escrevia. Claro que gosto que comentem aqui no blog, da troca de informações e experiências existentes. Mas no desafio era como se eu adaptasse meus pensamentos e ideias a opinião dos outros, eu alterava algo só para deixar a leitura agradável para os outros. Eu não escrevo para agradar, escrevo para tentar me entender, para organizar meus pensamentos. Eu gosto de pensar que tenho o controle da situação, mesmo quando não tenho. Ninguém tem. O pensar dos outros nunca alterou o meu e eu gosto disso! Claro que não sou 100% independente e despojada e não ligo para o que dizem, oh yeah. Claro que não! Todos nós somos moedas, e não dá pra jogar cara ou coroa com um só lado. E a vida, meu bem é um jogo cheio de regras (cada um com as suas). Não quero mudar o mundo com minhas teorias de garota de 20 anos pouco experiente, definitivamente não é algo que eu almeje... O mundo muda por si só, aos poucos, no decorrer dos dias, façamos ou não esforços. É, eu sou cheia de clichês. Eu sou o clichê! E juro que não me importo. Sempre fui revolucionária de sofá. Minha atividade preferida é dormir.


Noemyr Gonçalves

Meu imaginário, que coisa, criou um namorado

Sentada na varanda de casa, uma dor, a espera de um amor que nunca vem. Virá? Olhando os casais que passam pela rua. Cada um age de uma forma diferente com seu amor. Um, segura a mão da namorada e tem um olhar perdido para o infinito. Então penso que não queria um namorado assim tão disperso. O outro fala com a namorada de uma forma carinhosa demais. Mas muito afeto também não me agrada. Até carinho é algo que precisamos na medida certa. Alguém aí tem um dosador?
Resolvo descer as escadas, rumo a cozinha, quero tomar um xícara de café. Confuso demais olhar casais quando se está sozinha. Dizem que café ajuda nessas horas em que a mente ta igual ninho de pássaro. Sem os pássaros. Não há café, assim como não há fé. Foram embora há tempos. Fui pro quintal pra ver se consigo alargar a alma, juntar tudo com o azul cegante do céu sem volta. Deitada na grama, pensei que seria legal ter alguém ao meu lado, pra ficarmos como nos filmes. Lado a lado. Pé com pé, amor com amor, cumplicidade com cumplicidade. Tudo junto.
Meu namorado imaginário é mais que fé, é também fortaleza e amor. Ele é palhaço, mas só as vezes. Quando penso que está brincando, ele ta falando sério. Gosto de ver ele tão sério assim, com um ar de quem sabe demais. As vezes eu finjo que não entendi algo pra ver ele me explicando detalhadamente o assunto. Entendeu amor? Aham, entendi amor. Me liga no meio da tarde pra perguntar se já almocei. Já amor, já almocei. E você? Você sabe que considero o almoço a refeição mais importante do dia. É que ele gosta de lutar por suas próprias ideias, mesmo quando todos os médicos e nutricionistas (ou quase todos) dizem que importante mesmo é o café da manhã. Ele nunca briga comigo pelo que fiz, só pelo que deixei de fazer, e são tantas coisas, ele diz. E eu concordo, não porque sou submissa, mas porque sei que ele, mais do que ninguém quer o meu bem e me conhece. Ele não gosta que eu me importe com o que pensam de mim. E traz flores todo dia. Mas não são quaisquer flores e sim as únicas flores que realmente me encantam no mundo: Gérberas e girassóis. As gérberas sempre laranjas.
Ele sabe que chego do trabalho as 18h30 e que chego muito cansada. Ele sabe que não gosto de trazer trabalho pra casa. Traz chocolate quente pra gente tomar enquanto conversamos sobre diversos assuntos (desde astrologia ao porque do Charlie Brown não ir atrás da menininha ruiva) ou enquanto assistimos a meus filmes preferidos. Filmes, aliás, que eu nem sequer disse a ele que eram meus preferidos, ele descobriu pelo meu brilho no olhar enquanto falava da atuação da Audrey do “Bonequinha de Luxo” e da Audrey do “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Ele não gosta de filmes, mas assiste porque sabe que eu gosto, ele gosta mesmo é de ler. E ele fica um tanto sexy quando coloca aquelas armações azuis só para leitura. Ele é forte, mas não do tipo musculoso, ele é forte por dentro. Tem uma força que ninguém consegue conter. Ele é meu super-homem. Ele voa e me faz voar com um simples abraço. Eu disse simples? Abraço dele não é simples, abraça-lo é abraçar o que o mundo tem de melhor. É começar a entender o que chamam de paraíso. Beija-lo é como tocar estrelas. Com ele eu toco estrelas toda hora.
Ele não se importa se eu fico em silêncio porque sabe que o silêncio é algo que se faz necessário em nossas vidas. Ele é o silêncio, é a conversa, a gargalhada e a seriedade, é adulto, mas sem esquecer da criança que um dia foi. Tudo na medida certa. Sabe aquelas pessoas que fecham os olhos quando sorriem, como se nem o corpo pudesse conter tamanha alegria? Uhum, ele também é assim. Ele é tudo que eu pedi e ainda não veio. Mas enquanto descrevo meu namorado imaginário fico aqui torcendo pra que alguém exatamente assim leia o que escrevi e me faça acreditar que sonhos podem sim, se tornar realidade. Ou que namorados que nos fazem bem, não existam só em nossa cabeça, mas existem além e conosco sempre que precisarmos de um (como diria Caio F.) ser conjunto ao nosso pra ficar deitado vendo filme em dia de chuva e frio. Ah sim, ele gosta de Caio F. tanto quanto eu. 

Noemyr Gonçalves 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Intempestiva, exigente, perfeccionista, reservada. Tudo isto sou por natureza! Não fique aí esperando que eu te dê meu coração embrulhado em papel para presente só por que você diz ser o homem certo. Demora um pouco até que eu possa confiar em você, até que queira confiar em você. São vários os fatores que influenciam se você terá ou não o número do meu celular. Eu posso assustar algumas pessoas com o meu humor ácido e visão centrada. Fria, calculista, sem sentimentos (dirão eles). O fato é que apesar do meu jeito reservado e sem alardes, sou bem sensível, capaz de sentir o que muita gente pensa existir somente em filmes antigos. Mesmo com o sentimento de amor que me banha dos pés a cabeça, o aviso é só um: cuidado! Há uma parede impossível de atravessar, e não há como pular o muro, devido a cerca elétrica que o meu medo tratou de colocar para que aqueles que tentem chegar ao outro lado, caiam no chão de terra coberta pelos dias ruins. Há um medo que carrego como bolsas cheias de chumbo (uma de cada lado do corpo) e que não faço a menor ideia de como me livrar, um medo que por hora me afasta do que quero e de quem quero! Eu não preciso de um príncipe encantado, danem-se estes idiotas perfeitos que fazem parte dos sonhos sem chance de virar realidade. Quero mesmo é um cara que erre e que não entenda como minha cabeça funciona, mas queira estar ao meu lado mesmo assim, quero é alguém que tenha sensibilidade suficiente para atravessar a parede que o meu medo criou, que tenha senso para entender que esta parede se dissolve com carinho, amor e amizade verdadeira. Quero é alguém do qual eu possa gostar da voz (que nem precisa ser tão sexy assim), do toque, do som da risada, alguém que seja capaz de despertar as borboletas adormecidas há tempos em meu estômago. Eu quero alguém que me aceite como sou, mas que não deixe de discutir quando achar conveniente, que dê palpites, que questione, que não seja submisso. Gente submissa é a pior das gentes. O jeito mais bonito de ser gente é defender seu ponto de vista, até quando ninguém acredita nele. É de sentimento recíproco que eu preciso. Quero alguém que me entenda apenas ao olhar em meus olhos, mesmo ciente que todos os dias terá algo novo para aprender sobre o que eu não conto nem a mim mesma. Que diga que me ama mesmo vendo mais mistério que transparência. Que derrube um a um dos meus medos e com os pedaços faça estrada para trilhar ao meu lado. Que possamos pisar sobre o que nos amendrotou e dar risadas das incertezas que já nem são mais. Que seja capaz de amar a pequena porcentagem a qual souber a meu respeito. Que entenda minha teimosia (que eu tenho de sobra). Enquanto todo mundo diz que uma andorinha não faz verão, eu digo, que aquela ave é muito das espertas, capaz de prever o verão chegando antes mesmo das outras. O que os outros enxergam como fim, eu sempre vejo como recomeço.


                                                                                   [Noemyr Gonçalves]