quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sweet

''Dali pra frente tudo é doce
É doce até não enjoar
Minha nossa, é só ficar longe, que logo eu penso em você[...] ''

(O Teatro Mágico)

Poesia, poesia e poesia...

''Qualquer dia da semana, um coração vazio
se enche de amor
"
(Lobão)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

E se eu não souber brincar de beijo?


Tínhamos atravessado a noite atrás de palavras que pudessem justificar o beijo que queríamos dar, assim como se não soubéssemos que o desejo não cabe no verbo.
Buscar a lógica do bem querer nos deixou exaustos,
e nosso beijo nasceu desse cansaço bonito.
E, naquela hora, o que era medo se misturou à canção.
Vi escapar um sorriso do canto da tua boca, e quase todos os sonhos couberam ali.

Mas a manhã que se insinuava, a despeito do instante, trouxe de volta a razão... e o seu discurso, que tinha se desmanchado em beijo, voltou a ser só palavra.
O dia endureceu o afeto e me senti estupidamente indefesa.
Acho então que não sei brincar de beijo.

Não se vier vazio de todo o resto.
(Solange Maia)
A tua presença floresce os meus silêncios em poesia.

            (Guilherme Antunes)

- Então Charlie Brown

...o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor.

(Peanuts)

Senha




Eu tenho acesso ao teu coração. Um acesso limitado, é verdade, só tenho uma senha, e ela me leva apenas à um lugar que eu inventei pra mim, dentro de você. Lá eu posso ver o teu céu. Ouvir as tuas músicas e entender as tuas mágoas. Não é grande, porque eu nunca fui espaçosa, mas é grande o suficiente para armazenar tudo que eu acho bonito em você, e também para correr entre a brisa das tuas lembranças mais caras, de você menino, de você descobridor dos sete mares, dos ares, e das cenas de amor por mim. Ás vezes sinto um descompasso. Todo o teu coração bate diferente deste pedacinho que eu inventei pra mim. Daí eu vejo como é pequeno este espaço. Sinto-me invasora e me retiro. Decido não te ocupar mais, mas então, quando noites ou mesmo em fragmentos de dia que me conectam à você ocorrem, eu fecho os olhos e digo bem baixo a senha e tudo começa outra vez. Tenho esperanças. E ilusões. Penso que estou alargando meu domínio despercebido e que um dia desses, sem que eu saiba como nem porque, eu tenha acesso a outro pedaço de senha, e consiga entrar no seu coração, com a sua permissão, com a sua emoção, e mais até do que isso: com um chamado seu.
Enquanto isso, guardo a senha: ' e n t r e  r a z õ e s  e  e m o ç õ e s ' .



(Beatriz Lins)