domingo, 12 de fevereiro de 2012

Quando ela era apenas uma garota
Ela esperava o mundo
Mas ele vôou fora de seu alcance
Então ela fugiu em seu sono...


(Coldplay)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Uma presença, quando muito importante, não poupa gestos, alma, nem silêncios. Cuida bem, só com os olhos. No amor, geralmente, o belo não se alimenta de discursos. Porque tudo já está ali, disposto. Dito. É preciso ficar e sentir, sem ir.

Priscila Rôde

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Imagem : Kelly Cristina Costa

Todos os poemas cabem em si e tem a cor que merecem. Tem gosto eterno. Sabor único. Vírgulas que silenciam por tempo determinado. Curvas. Dribles. Conversas ao pé do ouvido. Fugas e esconderijos. Todos os poemas são filhos. Choram. Esperneiam. Batem pés e verbos. Desobedecem. Desarrumam a sala. Brincam e dormem cedo, quando querem. Todos os poemas amadurecem. Crescem. Ganham corpo. Se perdem no tempo. Todos os poemas doem, remoem almas e pontos. E vertem mágoas, águas, olhos, pontes, caminhos e encontros. E todo poema por mais adulto que seja, por mais livre que esteja, por mais nosso que pareça, tem dono. E fica. E fala. E reconhece o seu ventre pelo faro, pelo lado de dentro. Qualquer amor reconhece a sua alma, ainda que o corpo esteja desfigurado, trocado e falido.
Todos os poemas são filhos. São íntimos. E pressentem quando o caminho não é o de casa.

                                                                                                                                                                                                   (Priscila Rôde)
Imagem: Kelly Cristina Costa
"Sou intensa, exagerada, atrevida, curiosa, doce, ácida, livre, solta, tenho milhões de reticências, gosto de pessoas não-acabadas e não quero ser rotulada."
(Fernanda Mello)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

''Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o.
Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-O. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore.
Esteja, entregue-se.''


(Martha Medeiros - Os ausentes)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O monge que sabia voar...

Você não é nova aqui. Nunca foi. Você é mais do mesmo. Teu signo. Tuas reticências. O jeito que escreve. Você é meu padrão; minha história gasta. É a mesma casa velha de outrora que ouso decorar com teu nome; com tua cor. Mas que canta outras músicas, que prova outros pratos. E já que não consigo te matar, mantenho-te viva, pois você é a lição que ainda não aprendi. O erro que ainda não superei. É o livro de páginas repetidas em que encontro minha feiúra e minha verdade. Em que vomito meu azedume e banco o mocinho; que adoça a vida alheia. E o enredo que é teu, fala de mim. Do outro fruto que colhi, tens o mesmo gosto. Chamo pelo novo e é o velho que ecoa. Reconstruo o passado que se faz presente. E não consigo achar um final para você. Para nós dois. Você é a mesma que inevitavelmente me persegue e me encontra, já que andamos em círculo. Por saber meu endereço. Por saber em que canto de mim guardo meus segredos. E você vem sempre do mesmo jeito, mesmo que de outras formas, pra me lembrar que não estou aqui para reclamar, mas para transcender.
(Guilherme C. Antunes)