quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

"Por isso hoje te digo, não me venha com quases, não me venha com nuncas ou vestígios de talvez. Não venha com pseudo- qualquer coisa e emoções genéricas. 
Venha com sins e sabores de infinito. Venha com beijos, flores, palavras e margaritas. Venha com um móbile de estrelas, cheiro de canela ou baunilha, pés descalços, uma saia colorida pra rodar, poesia na parede e no viver, vontade e disposição pra sentir e um antídoto pros dias cinza."
(Yohana Sanfer)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

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''Se eu posso te dar um conselho, eis aqui: Não mendigue atenção de quem quer que seja. Não se esforce para compartilhar minutos com quem está mais interessado em coisas que não te incluem. Não prolongue a conversa apenas para ter o outro por perto, quando você perceber que precisa se esforçar bastante para que o monólogo vire um diálogo. Esqueça. Prefira a sua solidão genuína à pseudo presença de qualquer pessoa. Ainda digo mais: Perceba que existem pessoas que curtem dividir a atenção contigo sem que você precise desprender esforço algum. Aproveite o que te dão de livre e espontânea vontade. Dispense o que te dão por força do hábito ou por conveniência. Esqueça o que não querem te dar. Cada um dá o que pode." 
(Mario Calfat Neto)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

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“A espera intensifica o desejo. Na realidade, ela nos ajuda a reconhecer quais são nossos verdadeiros desejos. Ela separa nossos entusiasmos passageiros de nossos verdadeiros anseios.” ―David Runcorn

terça-feira, 22 de outubro de 2013

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É que eu vou te abraçar e você foge.
Aí foge de novo.
Aí foge mais uma vez.
Aí quase cai no chão.

(Lucas Baranyi)

domingo, 20 de outubro de 2013

Porque ninguém vale mais que a sua paz

Garganta fechada, estômago embrulhado, mãos suadas, falta de apetite, insônia. Um médico ficaria preocupado com tais sintomas, afinal, pode ser uma nova gripe, um novo vírus. E é. De certa forma. As unhas roídas, a carne dos dedos sangrando, derramando em cada gota desse sangue amargo um resquício da angústia que desola milhões todos os dias. Ah, o poder de um telefonema não atendido, de um SMS não respondido, de um sorriso não correspondido. É devastante. Pessoas convivem com essa bomba relógio diariamente, esse tic tac que não te abandona nem em um show barulhento. E por mais humano e natural que seja ficar nervoso, de vez em quando, é preciso lembrar que essa adrenalina, essa fogueira na barriga, precisa uma hora se apagar.
A vida é cheia de pessoas. Ser gente é assim mesmo, se relacionar. A gente começa desde cedo a ter contato, a depender do outro. Quando crianças, passamos de mão em mão, sem saber andar. Nossos primeiros grunhidos são emitidos na ânsia de dizer algo. Porque sempre queremos dizer algo a alguém. Eis eu aqui, dizendo algo a alguém. E esperamos, em troca, uma resposta. Qualquer que seja. Mas não somos preparados para sermos ignorados. Não somos instruídos a encarar nosso próprio silêncio, a nos olharmos de cara lavada no espelho do banheiro às 3 da manhã. E principalmente, não somos ensinados a ser autossuficientes.
Que fique claro, de antemão, que não se trata de não contar com ninguém. Não se trata de ser sozinho. Mas sim de, se for o caso, conseguir viver sozinho, em paz. Que seja possível tocar a vida após ser ignorado, chutado, trocado. É assim mesmo, passa no final das contas. E, por mais clichê que seja, a vida sempre traz algo melhor depois. Nada é insubstituível. Nada é maior que a sua paz, que a sua satisfação consigo mesmo. E se alguém está tirando seu sono, sua fome, sua energia, aproveite essa “tiração” de coisas e tire essa pessoa da sua vida. Não vale a pena sofrer. É óbvio que a gente sofre, chora, é inevitável. Mas não se permita passar muito tempo assim. Não é certo olhar para trás e se lembrar somente dos momentos de dor. Não é certo que uma pessoa tenha importância tal na sua vida, que uma ligação não atendida faça com que você perca todo o seu dia. Seu bem estar agradece, e seu coração também.
Então tire o dia pra fazer o que você gosta, pra se conhecer melhor. Tome um banho quente, passe aquela loção cheirosa no corpo, vista aquela roupa leve e que te faz sentir bem, desligue o celular e saia. Permita-se ficar só, ouvindo os sons da cidade, vá pra um lugar remoto, admire a paisagem e contemple o mundo, contemple a sua paz. Olhe para imensidão e se enxergue como só mais um ponto nesse universo gigantesco. Depois de se localizar, enxergue a sua dor como sendo menor do que você e, se você é pequeno perto do mundo, imagina a sua dor. Então você vai ver que nada é tão angustiante assim. Depois levante-se e experimente se sentar em uma mesa de bar, em uma cafeteria, sem ninguém. Pegar o cardápio e poder escolher o que quiser, sem se preocupar com o tempo para analisar as possibilidades. Ninguém vai estar esperando sua escolha. Só depende de você. Com calma, deguste o que pedir. Sinta os sabores. Sem olhar o relógio, sem se preocupar com a hora marcada. Seu compromisso maior tem de ser sempre com você. A paz interior é o bem mais precioso que você pode cultivar. E por mais que o mundo seja cheio de estímulos, às vezes, é preciso desacelerar. Deixe essa bomba de anseios, medos, carências e neuroses que está morando em você explodir de uma vez só. E com o perdão da paráfrase daquela canção do Gil, talvez essa bomba sobre você faça nascer um você de paz.(Nataly Lima )

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

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Daí a gente dorme. Dorme porque isso ainda se pode [...] Daí a gente sonha. Não com alguém, mas com o desejo de ir além. Daí a gente acorda. Não ouvindo um “bom dia”, mas torcendo pra ser. Daí a gente vive. Não só por viver, mas pra tirar do singular, tudo que a gente sonhou plural.

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"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade." (Carlos Drummond de Andrade)

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Me conta, longamente, o caminho das tuas fraquezas. Me deixa afrouxar as tuas resistências. De repente, quem sabe, algum encontro não se perca. E algum rastro de amor se multiplique.

Priscila Rôde

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Pode, então, a felicidade, ser esse eu cheio e esperado? Essa provável coisa, calculada, projetada sobre a minha intenção de enxergá-la a qualquer momento mesmo quando amanheço turva, deitada em meus despropósitos? Pode, então, ser de uma comum tessitura, como tudo que veste sem esforços esse meu cansaço? Tudo que — ao soar tão plausível — não umedece os dedos nem balança o instinto? Pode, então, a felicidade, ser só esse cansaço? Esse abraço preenchível, nunca habitado, que guarda todos os edifícios abandonados que sobram e vibram e não abrigam presenças? Pode, então, a felicidade, ser essa tristeza — sem peito e sem futuro — que acostumou-se à desistência? Pode?
(Priscila Rôde)

sábado, 7 de setembro de 2013

Casamento, modo de usar

Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche.

Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se.

Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.

Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas.

Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.

Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado. E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede por ora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois.

Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda.

Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. Rindo-se.

A eternidade bebe em pequenos goles.


Não espere que dure para sempre, não espere nada, somente ame. Somente viva, uma grande história, ou duas, ou quantas forem necessárias. Entenda que histórias terminam, mas tudo que é incrível se eterniza em nós. E assim, brincando de viver grandiosamente, um dia de cada vez, vai que distraidamente vocês se demoram um no outro? A eternidade bebe em pequenos goles.
(Diego Engenho Novo)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

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Tornei-me hábil com as letras, quando queria era ser honesto ao dizer que a gente mais ensina aquilo que precisa aprender. Mas é o silêncio quem (me) diz e eu só digo por não saber, por querer me distrair e cobrir meus enganos, os meus vazios todos com palavras. Queria era ser prático com o coração, sabendo melhor minhas cirandas e encantos, milagres, carinhos, paixão ou caminhos que possam me desnudar no espelho da Alma.
(
Guilherme C. Antunes)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

" Alguma coisa me diz que coisas grandiosas estão por vir. Por isso abro meu coração pra alegria, pra vida e pro sol que acaricia e não machuca. E é nesse estado de gratidão e contentamento que qualquer pensamento negativo que eventualmente surja, morrerá de inanição. "

Marla de Queiroz

domingo, 2 de junho de 2013

Perder tempo é a maior demonstração de afeto

Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. (…) O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos. Convencionou-se explicar que a paixão é biológica, dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo. Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração. Somente descobriremos a intensidade se permitirmos durar. Se existe disponibilidade para errar e repetir. Quem repete o erro logo se apaixonará pelo defeito mais do que pelo acerto e buscará acertar o erro mais do que confirmar o acerto. Pois errar duas vezes é talento, acertar uma vez é sorte. Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos, improvisar para permanecer ao lado da esposa. Interromper o que precisamos para despertar novas necessidades. Intensidade é paciência, é capricho, é não abandonar algo porque não funcionou. É começar a cuidar justamente porque não funcionou. Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo. Criaram mais chances do que os demais. Superaram preconceitos. Perdoaram medos. Dobraram o orgulho ao longo das brigas. Dormiram antes de tomar uma decisão. Cederam o que tinham de mais precioso: a chance de outras vidas. Dar uma vida a alguém será sempre maior do que qualquer vida imaginada.
Fabrício Carpinejar

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Gosto mais de conversar, que de beijar

Em dias como hoje, o desejo de possuir alguém me vem como água a um sedento no deserto. Têm dias que você nem queria beijo, só abraço, um papo, um trato, um dorme bem. A gente sente falta de uma conversa depois do trabalho, uma atenção extra. Um desejo atendido.

Todos passam por dias de carência excessiva, onde qualquer resposta mal dada, te tira o brilho dos olhos. Todos passam por dias de cão, de gato, de caça, de caçador. Todo mundo tem altos e baixos. Especialmente nos picos e nos poços mais fundos, os desejos de possuir alguém se acentuam.

Valorizo as pessoas com quem posso conversar. Essas são as mais raras. Dificilmente a gente encontra alguém que o papo casa, que as palavras batem, que as frases se completam. Vez ou outra, a gente esbarra em gente até completa ou vazia, mas falta papo. A gente enrola, protela, mas no fim, não conversa.

Nasci falante por natureza. Gosto mais de conversar, que de beijar. Apesar de achar que as duas coisas sempre vêm a calhar. Não sei, estranhamente sempre valorizei mais as trocas, ou as coisas que podemos nos acrescentar, do que essas coisas feitas pra ostentar.

Não gosto só da beleza física, procuro sempre algo no olhar. No jeito de falar. Na maneira de caminhar. A fascinação que as pessoas têm tá no jeito que elas sorriem enquanto falam. Ou só sorriem, ou só falam. Cada um tem um jeito diferente de encantar.

Acho mesmo, que o melhor de se possuir alguém, é ter aquele alguém com quem conversar. Ligar no meio do dia só para contar que ouviu no rádio aquela música que teve gosto daquele beijo. Ou chegar ao fim do dia, e mandar uma mensagem dizendo que, assim, como quem não quer nada, abraçou o travesseiro e lembrou do cheiro.

Daí a gente dorme. Dorme porque isso ainda se pode. Não de conchinha, mas dorme. Daí a gente sonha. Não com alguém, mas com o desejo de ir além. Daí a gente acorda. Não ouvindo um “bom dia”, mas torcendo pra ser. Daí a gente vive. Não só por viver, mas pra tirar do singular, tudo que a gente sonhou plural.
(Matheus Rocha)

domingo, 5 de maio de 2013

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"Em muitos trechos do caminho, às vezes bem longos, carregamos muito peso na alma sem também notar.
A gente se acostuma muito fácil às circunstâncias difíceis que às vezes podem ser mudadas.
A gente se adapta demais ao que faz nossos olhos brilharem menos.
A gente camufla a exaustão.
A gente inventa inúmeras maneiras para revestir o coração com isolamento acústico para evitar ouvi-lo.
A gente faz de conta que a vida é assim mesmo e ponto.
A gente arrasta bolas de ferro e faz de conta que carrega pétalas só pra não precisar
fazer contato com as nossas insatisfações e agir para transformá-las.
A gente carrega tanto peso, no sentimento, um bocado de vezes, porque resiste à mudança.
Até o dia em que a alma, cansada de não ser olhada, encontra o seu jeito de ser vista e de dizer quem é que manda."
(Ana Jácomo)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

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"No silêncio de uma mulher cabe uma vida inteira..."
(Ziza)

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Já vi borboletas voarem faltando um pedaço da asa e rosas incríveis desabrocharem num copo com água. E é disso que me nutro pra acreditar que a meteorologia nem sempre está certa e que dias cinzentos podem ser prefácios de noites com sol.
(Marla Queiroz)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ela teve medo

O moço na frente dela estava triste. Ela queria ter perguntado o que tinha acontecido, e dizer a ele que essas coisas passam, e que não sabia explicar exatamente como, mas tinha certeza que dias melhores viriam. Sentiu por ele um bem querer robusto, embora delicado. Queria ter lhe estendido às mãos, mostrar que não estava sozinho, e também ter contado da vida dela. Queria o ter acolhido, ter cozinhado pra ele, feito daquela noite um refúgio íntimo e confortável...
Mas não fez nada disso.
Teve 'medo'.
É que diante dele sentia uma fragilidade de vidro.
Uma transparência absurda.
Eram tão parecidos que nunca sabia ao certo se aquela era a história dele, ou a dela.
(Solange Maia)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra te construir dentro do meu peito


A gente sai de cena com as roupas rasgadas, bolsos vazios e a mente confusa, sem saber como fomos parar ali. Mas e se pudéssemos jogar todos os livros fora e carregar conosco apenas a página do agora? É tão comum a gente se apegar ao passado e viver numa réplica dele, na ilusão de que estamos andando pra frente… no entanto, se tivéssemos realmente sido felizes no processo, jamais teríamos mudado. Então a gente muda. Mas o problema é que a gente muda sentindo medo demais. A gente navega perto da costa, esquecendo-se de que poderia ser bom perder o horizonte, seguir a vontade da corrente e atracar na próxima ilha. Por mais que ela demore a surgir no infinito, ela é nova, e a gente chegou lá sem bússola.

Já tive sentimentos imensuráveis. Imensurável também era tudo que vinha agregado ao fato de sentir algo que não cabe no peito. Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra te construir dentro do meu peito, com as poucas peças que tenho em mãos.

(Autor desconhecido)

Não vivi mais nada

Chegou quando eu não mais esperava. Cruzou as esquinas todas desconhecidas do meu afeto. O caminho mais perto se refez longe. Chegou enquanto eu preparava o sorriso do dia seguinte, quando já não havia qualquer mútuo interesse. Se qualquer outro amor me deixasse ao lado, como esse, nem falta faria. Eu não sentiria sede. Mas nenhum Amor me ocorreu tão líquido daquele jeito. Pelo que não foi, continua mesmo quando acaba. Dói pra me provar o contrário: eu (quase) te amo — cedo, inevitavelmente. 


(Priscila Rôde)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

O amar

Com ela, aprendi que nem todos vivenciam os sentimentos da mesma forma, que tão pouco existe um padrão para demonstrá-los. Os gestos do outro, ainda  que repletos de cuidado, nem sempre vão condizer com nosso jeito ou nossas necessidades. É preciso compreender o amor cuja linguagem é diferente da nossa. 

(Loridane Melchior)

domingo, 24 de março de 2013

" Amor é acontecimento: é o que sobra depois de todo esquecimento. Queria que ele coubesse no que eu vejo em você. Queria que ele soubesse que eu acredito em você. E que você sorrisse todas as manhãs como se quisesse me encontrar todas as noites; e à tardinha também. Dizer que me ama ao som de Jorge Ben, jurar que me quer ao ler Baudelaire. E não só risse para afastar o desespero. E não sorrisse para fingir que o amor te alegra. E não sumisse por temer o que te espera. E assumisse que o que já fomos, já era. E na mesmice dos nossos desencontros, eu me encontro completamente indiferente ao que você sente… Em vão… Em vão… Em vão… Pra onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos? "

domingo, 17 de março de 2013

Porque pertencer aos outros faz doer...


''Ocupo todos os segundos do meu dia pra não deixá-los tomarem posse da solidão que cultivo como companheira. Sou dela, não tem jeito. Sou minha e não sei me dividir. Essa é só a maneira que eu aprendi a ser, porque pertencer aos outros faz doer.
[...]
Não deixo mais ninguém me roubar de mim.''

(Verônica H.)

terça-feira, 12 de março de 2013

Mas me espera que já estou chegando

Eu dou pequenos passos em direção ao centro do seu coração.
Ele já foi tão machucado
que sinto que preciso ir lento, devagar, e com cuidado.
Mas me espera que já estou chegando.
Enquanto isso vou devagar.
Plantando flores no caminho,
e reconstruindo o que foi um dia lindo e está destruído...
me espera só mais um pouquinho,
que eu já estou chegando.

(Kleber Martins)

sábado, 9 de março de 2013

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- Droga.
- O quê?
- Eu falando de gostar.
- E daí?
- E daí que vai acontecer tudo de novo.
- O quê?
- Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora.”'


(Tati Bernardi)

quarta-feira, 6 de março de 2013

A nós, foi dada a dádiva do ir além


Não, não é fácil meu amigo, ser portador da dor do sentir. Talvez, nos momentos de queda, seja mais válido desejar não ser tocado por sentimentalismos. Eu sei, às vezes é melhor achar que o homem de lata é feliz por não ter um coração, livrando-o assim, das mazelas que é entrega-lo a outro alguém.
A nós, foi dada a dádiva do ir além. A poucos, foi dada a felicidade de sentir um arrepio, dor no peito, frio na barriga e porque não borboletas no estômago. A raros, foi dada a inexplicável sensação que é gostar de um outro alguém, sem se importar com mais ninguém.
(Matheus Rocha)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

"A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina."

Fabrício Carpinejar

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Você, diria que isso seria o quê?


É que talvez eu ainda não saiba como explicar, o que muda no meu respirar, toda vez que meu olhar encontra o teu olhar. Inexplicável a luz desses teus olhos sorrindo. Sinestésica a energia de respirar, o ar que invade também os teus pulmões, e sai do teu respirar.
De cá, apenas a te observar, contemplar, fico dentro de mim mesmo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Venho sonhando há dias, com o dia em que finalmente o mundo irá parar de girar. Meus lábios anseiam pelos teus tocar.
Meu coração brinca de vir à garganta. Minha pulsação acelera. Suo frio. A boca seca. Médicos diriam que isso seria doença. Psicólogos diriam que isso seria loucura. Amigos diriam que isso seria paixão. Eu digo que isso seria vontade. Você, diria que isso seria o quê?
Havia me esquecido o que era paixão. Coisa à toa que acelera o coração. Havia me esquecido que é possível achar encantos no desconhecido. Que não precisa viver uma vida toda, ou conhecer os avós, para desatar os nós, retirar os pós, e passar a sonhar com um ‘nós’.
Talvez seja clichê dizer, mas você é diferente de todas as outras pessoas que ousei conhecer. A sua calmaria de lagoa, que encontra com os agitos de rio e vai desaguar no mar. Tua voz mansa e sorriso largo, que me provoca surto. Desconcerta o passo.
Faço graça, faço birra, faço farra, fecho a cara, mas tudo para, só quando você passa. Aprendi a ver em câmera lenta, com olhos abertos, respiração em pausa, dedos em trava, boca cerrada e ouvidos atentos, todos os teus movimentos. São raros tais alentos. São poucos nossos encontros. São intensos. São únicos. São meus. São unilaterais. Viscerais.

De cá, apenas a te observar, contemplar, fico dentro de mim mesmo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Pois posto que isso seja desejo, loucura ou falta de ar, ainda assim, sigo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Escreva no teu diário. Piche as pares do teto. Assino em baixo e decreto: os ventos vão ainda te levar, para juntos achar, um jeito mais firme de caminhar.
                                                                                                          (Matheus Rocha)

Tão eu...


Tenho andado pelos dias com a cabeça confusa. Meus pensamentos estão fora de ordem, meus pés não sentem firmeza ao tocar o chão, minhas mãos tremem. Tenho tido mais vontade de dormir, do que de me manter acordado. Me calo no sonhos. De olhos abertos, em minha mente nunca existe silêncio.
Queria entender como é possível viver sem esperar. A gente sempre diz que não espera de nada, tão pouco de ninguém. Impossível. Todo mundo espera que chegue uma sexta-feira. Espera dormir até mais tarde num domingo. Espera um emprego novo, um amor novo, um amigo novo, uma roupa, uma música nova. Todo mundo espera, todo dia, por algo. Às vezes, por alguém.
É difícil atravessar os dias sem esperar. É complicado se deparar com uma segunda-feira em branco. É estranho não saber o que imaginar de uma semana inteira, talvez do mês, ou do resto do ano. Vivemos de preencher dias vazios, com cores que variam em tons de cinza.
Dias de cor são raros. Dias com tons vibrantes, são tão pouco frequentes… vivemos com o nublado, ou com o amarelo pardo. Pautamos nossas vidas no calor, mas esperamos o frio. Reclamamos da chuva. Desejamos o sol. Damos forma as nuvens. Não lutamos por sonhos.
Cansei.
Por que é tão complicado viver? Realmente não consigo entender porque a gente precisa passar por tantas situações difíceis, pra num belo dia, conseguir ser isso que chamam de ‘feliz’. É tão árdua a tarefa de lutar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco por ano…
Acho que o problema é ter esperanças demais. Mas como viver tendo elas de menos? Odeio essas coisas que não vem com manual de instruções. Não gosto de ser autodidata na vida. Queria uma felicidade programada, tipo alarme despertador. (Nome: ser feliz. Horário: das 00 às 23:50. Repetir em: Seg, Ter, Qua, Quin, Sex, Sab e Dom).
Respirar. Fundo.
É difícil atravessar os dias sem esperar. Acontece que eu já nem tenho forças para essas esperas. Mesmo tão novo, meus ossos já estão gastos. Meu coração já se desfez. Minha mente? Tenho andado pelos dias com a cabeça confusa. Meus pensamentos estão fora de ordem.
Mas como assim, eu sou tão novo e com tantas queixas? Como é isso, jovem rapaz? Me explique o inexplicável. (Lá vem a danada da esperança me acendendo mais uma luz). Vai ver, viver é só isso mesmo. Esses dias confusos em todos de cinza, sendo intercalados por dias de amarelo pardo, ou coloridos com as cores primárias e fundamentais.
(Me explique o inexplicável-Matheus Rocha)

Ansiedade

Apesar do que me pesa, tenho pegado no sono todas as noites com uma voz que luta para não se afogar. Um grito, um choro de criança, ou talvez a voz da esperança. Só ouço a palavra felicidade. Sinto como se algo muito bom estivesse para acontecer e minhas noites em claro fossem só um sinal de ansiedade. Ansiedade pelo que nem sei que é, ou pelo que talvez nunca venha. Como se as semanas durassem anos, e os segundos perdurassem séculos, milênios talvez. Ansiedade.
(Matheus Rocha)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu sou esse livro aberto, sem mistério, de palavras fáceis. Mas não é qualquer um que sabe me ler. Simplicidade demais – ás vezes procuram mensagens nas entrelinhas, mas só há história pura, sem rodeios, correndo solta, livre. 

(Michelle Trevisani,)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Te espero, ansiosa e atenta.

Que não fosse nada, que não tivesse descompassado o coração, que não alterasse o destino do sangue que corria nas minhas veias, que não comprometesse minha expectativa, que passasse de leve, quase que imperceptível do meu lado. Mas você veio com tudo, suspirou e me roubou o ar, me tocou e tatuou toda a pele. Podia ser quase nada, podia ser só um rosto e um endereço, podia ser despercebido. Agora é o livro preferido da minha estante, meu nome predileto. O que importa mesmo agora, é que uma coisa muito bonita está para acontecer na minha vida, na nossa vida. Te espero, ansiosa e atenta.
(Cáh Morandi)

Eu gosto de você pela beleza que você me faz ver mesmo de olhos fechados


"Sempre que penso em você (e tenho pensado muito), penso em você sorrindo, penso em você dando a mão para mim, penso em um caminho branco, iluminadíssimo, onde pisamos em milhares de estrelas, e que eu não sei aonde vai dar, não sei que fim que vai ter. Mas quando penso em você, penso só em coisas bonitas, em coisas que tem ar de paz, em coisas que me fazem tão leve, tão feminina, tão sensível. Eu não quero perder o que você me faz ser, o que você me faz querer ser. Eu não quero perder meus bons pensamentos e nem a chance de sonhar de novo com algo tão bom. Eu gosto de você pela beleza que você me faz ver mesmo de olhos fechados."


(Cáh Morandi)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

*

- ...quer fazer silêncio?
- Por quê?
- Porque estou lendo.
- Mas tu lê com o ouvido ou com o olho?
- Com os dois. Leio com o corpo inteiro. Leio com a alma também.
(Michelle Trevisani)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Eu...

acredito em finais felizes do fundo do meu coração.

(Do livro,"O lado bom da vida" )

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

''Certeza...

... é o chão de um imóvel
Prefiro as pernas que me movimentam[...]''

(Nando Reis)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cabem sempre dois...


Gosto dos que não medem e daqueles que transbordam. Gosto dos que não buscam e daqueles que encontram. Gosto dos que conjugam verbos em que cabem sempre dois. Gosto dos olhos que rezam cores, despedem lágrimas e namoram frutos. Gosto da ingenuidade das sementes, das coincidências não-coincidentes, gratidão, promessas, planos, lembranças e até das expectativas. Procuro por boca que ao versar seus espinhos, também saiba ser remédio. Celebro multidão quando sou eu mesmo silêncio ou par. Exercito palavras que se arriscam pra fazer felicidade caber no vão do beijo. Sofro de lua, raízes, nuvem, borboletas e calendários. Sofro de carne e Almas, milagres, misérias e abundâncias. Sou eu mais um destes pobres abençoados que tanto e muito ama...

(Guilherme C. Antunes)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sweet

''Dali pra frente tudo é doce
É doce até não enjoar
Minha nossa, é só ficar longe, que logo eu penso em você[...] ''

(O Teatro Mágico)

Poesia, poesia e poesia...

''Qualquer dia da semana, um coração vazio
se enche de amor
"
(Lobão)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

E se eu não souber brincar de beijo?


Tínhamos atravessado a noite atrás de palavras que pudessem justificar o beijo que queríamos dar, assim como se não soubéssemos que o desejo não cabe no verbo.
Buscar a lógica do bem querer nos deixou exaustos,
e nosso beijo nasceu desse cansaço bonito.
E, naquela hora, o que era medo se misturou à canção.
Vi escapar um sorriso do canto da tua boca, e quase todos os sonhos couberam ali.

Mas a manhã que se insinuava, a despeito do instante, trouxe de volta a razão... e o seu discurso, que tinha se desmanchado em beijo, voltou a ser só palavra.
O dia endureceu o afeto e me senti estupidamente indefesa.
Acho então que não sei brincar de beijo.

Não se vier vazio de todo o resto.
(Solange Maia)
A tua presença floresce os meus silêncios em poesia.

            (Guilherme Antunes)

- Então Charlie Brown

...o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor.

(Peanuts)

Senha




Eu tenho acesso ao teu coração. Um acesso limitado, é verdade, só tenho uma senha, e ela me leva apenas à um lugar que eu inventei pra mim, dentro de você. Lá eu posso ver o teu céu. Ouvir as tuas músicas e entender as tuas mágoas. Não é grande, porque eu nunca fui espaçosa, mas é grande o suficiente para armazenar tudo que eu acho bonito em você, e também para correr entre a brisa das tuas lembranças mais caras, de você menino, de você descobridor dos sete mares, dos ares, e das cenas de amor por mim. Ás vezes sinto um descompasso. Todo o teu coração bate diferente deste pedacinho que eu inventei pra mim. Daí eu vejo como é pequeno este espaço. Sinto-me invasora e me retiro. Decido não te ocupar mais, mas então, quando noites ou mesmo em fragmentos de dia que me conectam à você ocorrem, eu fecho os olhos e digo bem baixo a senha e tudo começa outra vez. Tenho esperanças. E ilusões. Penso que estou alargando meu domínio despercebido e que um dia desses, sem que eu saiba como nem porque, eu tenha acesso a outro pedaço de senha, e consiga entrar no seu coração, com a sua permissão, com a sua emoção, e mais até do que isso: com um chamado seu.
Enquanto isso, guardo a senha: ' e n t r e  r a z õ e s  e  e m o ç õ e s ' .



(Beatriz Lins)

Os Oim Do Meu Amor

Ê nunca mais eu vi 
Os oím do meu amor 
Nunca mais eu vi 
Os oím dela brilhar 
Nunca mais eu vi 
Os oím do meu amor 
São dois jarrinho de flor 
E todo mundo quer cheirar.

(Cordel do Fogo Encantado)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Absurdez

''Escrever ABSURDEZ faz causa para a poesia.


Eu falo ABSURDEZ.
Me sinto emancipado.''


(Manoel de Barros)

Poeme-se


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eu li num livro...

''Eu li num livro
Estava escrito nas entrelinhas
Que um erro pode ser consertado
E que uma pessoa não deve ser julgada apenas pelo seu passado
Eu li num livro
Que a esperança é a ultima que morre 
Que o covarde é o primeiro que corre 
E que um sonho as vezes é só um sonho

Estava escrito em cada linha
Que as vezes a culpa não é sua nem minha 
Que uma pessoa pode até viver sozinha 
Mas sempre vai precisar de alguém em seu coração


Eu li num livro

As palavras que eu gostaria de ter escrito 
Porque o que é belo nem sempre é bonito 
E um sussurro dito aos ouvidos 
poderá soar como um grito." 
                                                                                                                               (André Luis Aquino)