sábado, 2 de abril de 2011

O outro, quando encontra a possibilidade dentro de nós assim de bobeira, nos empresta bem sorridente um olhar  mais completo, um pouco mais comprido e líquido. É como se de repente, a grandeza dos detalhes todos entrassem em contato (íntimo contato) com as nossas lentes e dissolvessem as nossas armas. E o dia acaba assim: mais horizonte, menos tempo fechado, menos passado amarrado, mais presente bem embrulhado com laços afrouxados e sorrisos prontos para sentir. E sempre há uma história possível do outro lado, há a leveza dos sonhos que deixa o caminho mais forte e os pés certeiros. Por isso que eu não sou feita dessas desconfianças, desse excesso de um quase jogo de cintura que pouco se envolve, que pouco entende e que muito espera acontecer. O outro, quando não é só mais um, nos devolve a rede. E eu pulo, apesar do medo que desobedece a alma, apesar dos trechos que deixei de reconstruir.
[...]
(Priscila Rôde)

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