quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amor é a prece que cantam os passarinhos; é decorar sua gaveta de bençãos, sentir a cor e o peso dos laços, saber qual seu reflexo nos milagres, e colecionar sorrisos. Amor é o caminho entre o abismo dos dias, vazios em que reinam sombra e não escapa luz, onde o tempo cala e o silêncio dói. Amor é um lembrar-de-Alma que desmistura avessos e contraria tristezas, quando semente se esqueceu de germinar. O Amor acerta os compassos e desfaz enganos; constrói perdão e amansa o medo, perfuma olhares e colore os jardins. O Amor suaviza certezas amargas em que o amanhã sepultou a esperança. O Amor é também lembrar o caminho de volta pra casa, quando a fé na vida se perdeu; e lembrar é o suficiente pra muita coisa aqui dentro: que serenidade é o correr do riacho e o pulsar do coração; que abrigo é o sol que nos banha e a noite que nos veste; que no número de estrelas cabem todas as nossas virtudes; que travesseiro é testemunha de todos os nossos sonhos; que existem mãos que despertam os olhos, e letras que acordam a Alma. Amor é cirandar com o que é vivente, ardente, poente, amante, nascente, reinante no próprio peito que sente. Amar é amanhecer dentro da gente; celebrando gratidão mesmo quando o dia de ontem trouxer saudades. Amar é saber o seu quinhão no mundo.
(Quinhão de Guilherme, blog A Ilha de um homem só.)

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